terça-feira, 4 de maio de 2010

O QUE É O CIBERESPAÇO?

Esse texto é uma síntese de um artigo que investiga o termo, a definição e o conceito do ciberespaço, conforme referência. Como tal, apresenta as principais ideias sobre esse objeto, de forma a ilustar, em poucas palavras, a complexidade do tema em tela.
Com efeito, discorrer ou conceituar o ciberespaço não é tarefa fácil em face de sua incipiência e a característica metamórfica de suas obras e, sobretudo, porque o virtual é o seu principal atributo.
Hoje em dia conhecemos um novo espaço de leitura e escrita. As letras – concretas e palpáveis – transformaram-se em bytes digitais; a página em branco é o campo do monitor; a caneta é o teclado. Há, agora, uma estranha separação entre o nosso corpo (real) e o texto (virtual). Até que seja impresso (atualizado), o texto pode ficar indefinidamente nessa virtualidade. É um novo modo de lidar com a escrita, característico de um momento que alguns denominam pós-moderno e outros cibercultura (RAMAL, 2002).
O ciberespaço é definido como um mundo virtual porque está presente em potência, é um espaço desterritorializante. Esse mundo não é palpável, mas existe de outra forma, outra realidade. O ciberespaço existe em um local indefinido, desconhecido, cheio de devires e possibilidades.
Não podemos, sequer, afirmar que o ciberespaço está presente nos computadores, tampouco nas redes, afinal, onde fica o ciberespaço? Para onde vai todo esse “mundo” quando desligamos os nossos computadores? É esse caráter fluido do ciberespaço que o torna virtual.
Se o ciberespaço está em crescente expansão e, se esse crescimento afeta todas as camadas da sociedade e áreas do conhecimento, se já usufruímos (e cada dia mais) das facilidades propiciadas por esse novo espaço de "disponibilização" de informações, é necessário tornar comum o que tudo isso significa, procurando entender, primeiramente, o que é o ciberespaço e quais suas características.
Podemos entender ciberespaço como um mundo virtual, onde são “disponibilizados” variados meios de comunicação e interação em sociedade. Um universo virtual onde se encontram quantidades massivas de dados, informações e conhecimento em que os textos são "mixados" a imagens e sons, em um hipertexto fluido e cheio de possibilidades, ou seja, um ambiente não físico, mas real, um espaço aberto, cheio de devires, onde tudo acontece instantaneamente, em tempo real e de durabilidade incerta.
Esse mundo virtual caracteriza-se não somente pela representação, mas pela simulação: uma das possibilidades de exercício do real. Mas o ciberespaço não está desconectado da realidade. O virtual não é o oposto do real, é uma forma de realização (existência) em potência, sendo o atual o seu pólo, uma existência em ato.
Ao mergulhar no ambiente do ciberespaço, Cardoso (1997) afirma que o usuário experimenta uma sensação de “abolição do espaço” e circula em um território virtual, transnacional, desterritorializado, no qual as referências de lugar e caminhos que ele percorre para se deslocar de qualquer ponto a outro modificam-se substancialmente, ou até mesmo, chegam a desaparecer.
O ciberespaço, enfim, é uma grande máquina abstrata (conceito deleuziano), semiótica e social onde se realizam não somente trocas simbólicas, mas transações econômicas, comerciais, novas práticas comunicacionais, relações sociais, afetivas e, sobretudo, novos agenciamentos cognitivos.
É um espaço semântico/semiótico, onde o signo se dá em várias semióticas, desterritorializado, nômade, em escrita espacializada e com a memória em constante modificação. Temos que pensar o ciberespaço como uma nova forma/função de produção do conhecimento, de comunicação e de composição da Arte.
Nesse contexto, a Web é seu principal constructo, onde convergem as linguagens e a interoperabiblidade necessária para efetuação das trocas simbólicas. Já a Internet é entendida aqui como a base técnica e operacional do ciberespaço. Dito isso, supomos que a compreensão do ciberespaço é mais ampla que a Web e a Internet.
Com efeito, consideramos a Web, o edifício central do ciberespaço, o hipertexto, a máquina capaz de escrever todas as semióticas, o browser, uma máquina de leitura que possibilita a navegação na rede e por fim as máquinas de busca, que possibilitam, na medida do possível, organizar o conhecimento e a informação, como os principais elementos topográficos do ciberespaço. O ciberespaço, como sabemos, é um ambiente virtual possibilitado pela integração de redes de computadores, a Internet.
Finalizando o texto, de acordo com Cândido, expressões como “Agora Virtual” e “Alexandria Digital” nos ajudam a compreender e ilustram a grandeza desse acontecimento monumental, mas estão longe de esgotar sua compreensão e riqueza. Segundo o autor, nada há, de fato, que se possa realmente comparar, do ponto de vista da experiência cultural humana o “aparecimento” do ciberespaço na sociedade.


REFERÊNCIAS

CÂNDIDO, Celso. A filosofia no ciberespaço. Disponível em: . Acesso em: 03 maio 2010.
CARDOSO, Carlos. Notas para uma geografia do ciberespaço. Pretextos: Jornal Eletrônico da Associação Nacional de Programas de Pós-Graduação em Comunicação,1997. Disponível em: < http://www.facom.ufba.br/pretextos/>. Acesso em: 08 set. 2005.

MONTEIRO, Silvana Drumond. O ciberespaço: o termo, a definição e o conceito. DataGramaZero: Revista de Ciência da Informação, v. 8, n. 3, p. 1-18, jun./2007. Disponível em: < http://www.dgz.org.br/jun07/Art_03.htm>. Acesso em: 03 maio 2010.
RAMAL, Andrea Cecília. Educação na cibercultura: hipertextualidade, leitura, escrita e aprendizagem. Porto Alegre: Artmed, 2002.

Por: SILVANA DRUMOND MONTEIRO - Professora Adjunto do Departamento de Ciência da Informação, Universidade Estadual de Londrina. Doutora em Comunicação e Semiótica pela PUC- São Paulo.

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