terça-feira, 25 de maio de 2010

CONHECIMENTO ORGANIZACIONAL

A informação tem estado presente na vida dos indivíduos desde o início dos tempos, sobretudo nos contatos com o meio em que estão inseridos, que são representados pelas manifestações da natureza propriamente e de outros indivíduos. Nos últimos tempos, a informação é considerada recurso fundamental e obrigatório, ganha importância e credibilidade nos diferentes setores econômicos e sociais e denomina a era em que vivemos de formas variadas: sociedade da informação, sociedade do conhecimento, era da informação, entre outras.

No ambiente organizacional a informação e a interação entre os indivíduos são elementos essenciais para a criação do conhecimento, elementos esses que integram um processo contínuo que intensifica o ambiente competitivo e culmina na inovação. São também elementos desse processo de criação do conhecimento a interação e o compartilhamento entre os atores, além desses elementos, Choo (2003) ressalta que para impulsionar o conhecimento organizacional é importante que a organização tenha uma visão clara do que é e do que quer ser em relação à sua indústria, ao seu mercado, ou à sua comunidade.

Para Choo, a organização do conhecimento apreende informação e conhecimento e os utiliza para ganhar competências, compreender bem seu ambiente e suas necessidades, enfim, emprega-os para agir com inteligência, sagacidade e criatividade. Quando, a organização do conhecimento, gerencia os recursos e processos informacionais, desenvolve capacidade para se ajustar as mudanças ambientais, para aprender a aprender e adequar-se a novos pressupostos e paradigmas, e incorporar o conhecimento dos atores organizacionais e transformá-los em ação – em inovação.

Organizações que aprendem estão capacitadas a construir e compartilhar conhecimentos, transformando comportamentos que passam a refletir esses conhecimentos. Para compreender como ocorre o processo de aprendizagem na organização, para Garvin (1993), é imprescindível entender como ocorre a interação e as relações de poder, identificando formas de expressão ou de dissimulação por meio das práticas do dia-a-dia e da simbologia que a cerca.

As organizações são repositórios para o conhecimento que está, cada vez mais, presente nos processos e rotinas dos negócios. A base do conhecimento organizacional inclui suas competências tecnológicas assim como o conhecimento das necessidades dos clientes e as capacidades dos fornecedores. Essas competências refletem habilidades e experiências individuais, bem como distintos caminhos para realizações dentro das organizações. As competências são difíceis de adquirir e de ser postas, efetivamente, em prática no mercado, mas quando isso ocorre, podem tornar-se a base da vantagem competitiva.

A essência das organizações está em suas habilidades para criar, compartilhar, reunir, integrar e explorar ativos do conhecimento. Para Teece (1998) ativos do conhecimento apóiam competências, e competências, por sua vez, são à base da produção de bens e serviços. A capacidade efetivada das organizações para perceber e aproveitar oportunidades, para reconfigurar seus ativos de conhecimento, suas competências e seus ativos complementares, para selecionar apropriadamente formas organizacionais e astutamente alocar recursos, constitui sua verdadeira capacidade dinâmica.

Cada vez mais, a criação de conhecimento ocorre em ambientes virtuais. Esse ambiente sofre alterações importantes, quando comparado ao ambiente físico, as condições para a interação social acontecem em circunstancias e ambientação distinta das tradicionais: o tempo e o lugar são separados, a realidade torna-se abstrata, as pessoas têm mais controle sobre como elas se projetam, e novas formas de relacionamento emergem. À luz disto, Tsouka (2009) pergunta, que diferença faz a virtualidade para a criação de conhecimento? Só contribui.

O lado atraente de todo esse quadro delineado é a possibilidade do know-how, do conhecimento e da informação serem compartilhados e acrescidos pelas experiências individuais, para construir competências e modificar os estoques individuais e coletivos de conhecimento, em que o aprender a aprender move as pessoas em direção a novas perspectivas, independente do ambiente em que isso acontece.

Referências

CHOO, Chun Wei. A organização do conhecimento: como as organizações usam a informação para criar significado, construir conhecimento e tomar decisões. São Paulo: SENAC, 2003.
GARVIN, David A. Building a learning organization. Havard Business Review, v.71, n.4, p.78-91, Jul./Aug. 1993.
TEECE, David J. Capturing value from knowledge assets: the new economy, markets for know-how, and intangible assets. California Management Review, v.40, n.3, p.55-79, 1998.
TSOUKA, Haridimos. A Dialogical Approach to the Creation of New Knowledge in Organizations. Organization Science, v.20, n.6, p.941-957, Nov./Dic. 2009.

Por: Maria Inês Tomaél - Doutora em Ciência da Informação pela Universidade Federal de Minas Gerais, professora do Departamento de Ciência da Informação da Universidade Estadual de Londrina. Currículo Lattes: http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.jsp?id=K4701549U5

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